O setor da construção civil é um dos pilares da economia, movimentando milhões e empregando milhares de trabalhadores em todo o país. No entanto, é também um ambiente que, muitas vezes, coloca seus trabalhadores em situações de risco, não apenas físico, mas também mental. Embora os acidentes de trabalho em canteiros de obras sejam amplamente documentados e discutidos, a saúde mental dos operários da construção civil ainda é um tema que precisa de maior atenção.
Segundo um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizado em 2022, trabalhadores da construção civil estão entre os mais vulneráveis ao suicídio, sendo este o segundo maior índice de mortalidade por causa não natural entre esses profissionais. Portanto, o Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio que ganha mais relevância a cada ano.
Durante o mês de setembro, empresas e organizações são incentivadas a promover ações que não apenas conscientizem sobre a importância de cuidar da saúde mental, mas que também ofereçam suporte real e prático aos seus colaboradores. Isso pode incluir desde palestras e workshops sobre o tema, até a disponibilização de canais de apoio psicológico e linhas de assistência que permitam que os trabalhadores busquem ajuda de forma anônima e sem medo de represálias.
A construção civil é um setor vital para a economia, mas também precisa ser um espaço onde a saúde mental dos trabalhadores seja prioridade. O movimento Setembro Amarelo é uma oportunidade importante para começar ou intensificar essa conversa, mas é fundamental que as ações de apoio psicológico não se limitem apenas a esse mês. Programas permanentes de suporte psicológico podem salvar vidas e transformar o ambiente de trabalho em canteiros de obras, promovendo um setor mais seguro, humano e produtivo.
É vital, também, a elaboração de políticas públicas que garantam a Saúde Mental nos espaços organizacionais e também no SUS, a promoção e a formação de gestores públicos e privados com foco na saúde do trabalhador, o fortalecimento dos coletivos e das entidades de representação trabalhistas, a criação de espaços de acolhimento (denúncia) e o aprimoramento da rede de saúde mental, para que de fato ela esteja preparada para receber esses pacientes.
As empresas de construção que adotam uma abordagem progressiva diante da saúde mental do operário estão se colocando na dianteira, tanto legal quanto moralmente.
Fonte: Tietê News